algum dia eu queria ficar cego, com olhos só pra alma
surdo das asneiras alheias deste mundo afoito
e voando pelo meu quarto me entregar ao escuro
com a boca muda e os pés rossando o assoalho
ser livre por me prender, e justo por me ausentar
algum dia eu queria me entregar
com os punhos em brasa e as costas largas
olhos cansados de lacrimejar areia
de corpo e rosto ,me enfiar no tempo
e dele me esquecer
descansado das emoções
no infinito espaço
do anonimato do nada.
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