quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Besta Lunar



lá atrás da lua onde tudo é oculto
e ofusca a vista com a mais clara luz
ouço a fome e vejo o migrar do pus
nas florestas de febre branca
cochelas negras onde a dor se esbanja
falhado, mau feito é o meu anceio
que de pequeno mudo e fraco;
forte, rubro e talho, se forma medo

e são argueiros em cada olho gordo
e tumbas em cada beijo tosco
vejo uma ira que me segue ao vento
e me arrepia de pensar na faca e na lama
tudo se torna tão sujo que me calo
e me consolo num choro falsso
saindo de traz da lua me vejo mau

choro, oro e tremo; me vejo bom
- por um momento

(Y D Myers)

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