segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Alem do Vulto




vi o sangue  quente da ferida
empossado na vala suja do chão
lembrei-me da fome e da sede
mas quem morre não dorme
vive de alegria e imensidão


os mortos vivem calmos
guardando os feriados
sem rancor, dor ou amor

são cachos em sacos plásticos
emadeirados  em templos edificantes
preguiçosos , despretensiosos e pronto
 sem merdas empilhadas na estante

os vivos são algozes
diferem dos mortos
que não sabem o que é padecer
vivem abrindo os olhos
sem saber a quem matar,
de tanto amar ,por quem morrer.

(Yzzy Daniel Myers)

Um comentário: