quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Das minhas Brasas



Não quero te ver chorar, ingrata
Quando meus olhos  em vinagre caírem espasmódicos
Diante um poço de larvas, vomito e urina
Nem na terra imoral, meu corpo putrefato
Em formol e alumínio
Cortado deixar de subsistir


Não quero te ver chorar, Tirana
Quando ver que o sol é cinza e a lua vermelha
E um lobisomem de gestos nefastos, gritar
"agonia, puta ingrata"
Não quero te ver assim, tão sínica no choro
Como aquele que fere o ego por falta de gozo
E na Promiscuidade anseia um bem maior


Amo-te como uma carne carente de tempero
Aquela que só se serve para alimento pobre
Não quero te ver chorar, não mais.
Mas a visão de minha pele na grelha
Ferverá teus olhos, e um consolo de paraíso
Descerá dos meus córneos
E seguirá minhas feridas até seu peito.

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