-Quem é esta velha fútil a me observar?
Eu perguntava categoricamente.
-É a soturna noite, meu filho.
Minha madre rua acalmava-me
com olhos mansos
compadecida com a dor de um filho.
Meus fiapos de roupa já fediam
minha marmita azeda salgava-me a boca
só a solidão, está sim minha sabida escudeira,
Dizia-me que quem tem fé engana a vida, desfaça a sorte,
corrompe a morte da nata pobre
que nunca dormiu majestosa sem uma esmola
-Que frio é este Deus Meu
e sagrado coração da minha noite?
Ó noite efêmera e voraz santa
pelo que te peço, não cobro herança,
só esquenta o teu seio e envolve com esta manta,
minha mulher tuberculosa e no seu colo minha criança...
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