terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Mosca


A pele é fria, tons de roxo e de cinza se contrastam com vermelho sangue e áspero das feridas na fronte
a mosca ziguezagueia avistando do alto os olhos abertos e sem vida, e os ossos , os braços desconjuntados em direções opostas. As pernas estão duras, o corpo todo está duro.
Avista-se um fio de sangue que escorre da boca em direção ao pescoço. A boca semi-aberta com os dentes quebrados é aconchego para  as moscas depositarem seus ovos e proliferarem sua cria diante á carniça...
Os atentados contra nossas vidas são inevitáveis, e o som murmurante de um estupro é música serena para os lunáticos, sádicos e preservadores dos direitos das moscas varejeiras... Se há uma coisa que me rege é a irracionalidade espontânea agregada pelo gosto da morte e o beijo sem vida de virgens tombadas à foice na cama...
Uma serenata de dor e prazer, onde o clímax esperado é o retalho no abdômen, com um punhal a abrir sua barriga, enquanto a mosca cúmplice de todos os crimes agradece ao homem...

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